Há mais de 10 anos, escrevemos que a redução das despesas de condomínio começa no planejamento do edifício. Fizemos, então, explícito apelo aos arquitetos e construtores para que se preocupassem com os detalhes que levam a uma economia de dispêndios na utilização do prédio.
Com satisfação, lemos há dias reportagem com o título "Construtora busca redução na taxa de condomínio", onde identificamos muitas das sugestões que havíamos esposado. É gratificante verificar que certas idéias lançadas no papel – ou simplesmente verbalizadas – acabam adquirindo força, viajam longe e voltam melhoradas.
A matéria cita declaração do engenheiro Carlos Alberto Zolet, de Curitiba, que diz o seguinte: "Os clientes não estão apenas preocupados com o preço do imóvel, mas também com o custo mensal da manutenção e operação. Por isso, cada vez mais as construtoras buscam alternativas para reduzir esses custos."
Dentre as medidas utilizadas pela empresa para reduzir o futuro custo do condomínio, o engenheiro menciona a utilização do vaso sanitário com caixa acoplada, com a qual gasta-se de oito a dez litros de água a cada descarga, contra 12 a 15 com o sistema de válvula.
Recomenda, também, a instalação de sensores de presença nas áreas comuns, especialmente nas garagens, para que a luz fique acesa somente quando há movimento de pessoas ou de automóveis no local. No tocante à economia de eletricidade, o engenheiro Zolet também lembra que "hoje existe uma variedade muito grande de lâmpadas que podem ser usadas na área comum e que têm maior durabilidade e menor consumo de energia, como as fluorescentes do tipo compacta".
Vídeo-porteiros
Outro ponto destacado (e foi este a razão principal do artigo que escrevemos) diz respeito à existência de uma única entrada no edifício, com visão e supervisão da entrada da garagem, visando diminuir as despesas com funcionários. Vale lembrar, a título de curiosidade, que até há poucas décadas, era comum haver edifícios com necessidade de manobrista ou com duas entradas, uma social e outra de veículos e serviço, esta de preferência longe e escondida. Atualmente já não se concebe mais garagens com manobristas nem saída de veículo dissociada da portaria.
A utilização de técnicas de vigilância, como câmaras de segurança, permite que o zelador ou porteiro tenham visão de todas as áreas comuns do edifício, com redução de custo sobre a utilização de pessoas, pondera o engenheiro. Nos edifícios que não comportam a instalação desse tipo de equipamento, que exige um custo inicial maior, a solução são os vídeo-porteiros, interfones com câmeras acopladas, que permitem que o morador veja quem está fora do prédio através de um monitor instalado no apartamento.
O importante, voltamos a frisar, é que o incorporador, a construtora, o arquiteto e o engenheiro se preocupem efetivamente, desde já, com os gastos do futuro condomínio. Se possível, devem instalar medidores individuais de água, elevadores mais econômicos, materiais de menor desgaste e menos suscetíveis aos maus usos. Em suma, planejar o prédio de modo a gastar menos energia, menos água, menos manutenção e menos funcionários.