Artigo Nº 35 – UMA INDÚSTRIA BILIONÁRIA?

Você sabe qual é a arrecadação mensal ou anual de todos os condomínios do Brasil? Alguém por acaso sabe qual a movimentação financeira de todos os edifícios brasileiros? Também não sabemos, mas temos uma idéia aproximada de quanto é. E não é pouco dinheiro, como veremos. Com certeza, podemos afirmar, que o condomínio tornou-se uma indústria milionária, não, bilionária em termos anuais.

Se fosse um setor isolado da economia, por exemplo, o condomínio representaria  mais de 100 mil micro e pequenas empresas, cada uma com um dispêndio mensal variável entre mil e cem mil reais (salvo exceções), compreendendo um universo de mais de cinco milhões de propriedades.

Fazendo-se um cálculo por baixo, teremos o seguinte resultado: 100 mil condomínios X 50 unidades por condomínio X 100 reais por mês X 12 meses é igual a R$ 6,0 bilhões de reais de arrecadação por ano. Elevando-se os parâmetros do cálculo, teremos outro resultado: 120 mil condomínios X 60 unidades por condomínio X 110 reais por mês X 12 meses é igual a R$ 9,5 bilhões de reais por ano.

Em nossa estimativa, levamos em consideração duas médias aproximadas de Curitiba (número de unidades por condomínio: de 50 a 60, e valor médio mensal do condomínio: 100 a 110 reais). O número de condomínios existentes no país (nos exemplos, entre 100 e 120 mil ) foi tirado de informações obtidas junto a entidades da área e a partir de nosso próprio conhecimento do país. Não se trata, obviamente, de estatística, mas simples especulação do autor.

Instituição forte
 

De qualquer modo, fique registrado que, mensalmente, os síndicos de nossos condomínios fazem o rateio de despesas que chegam perto de um bilhão de reais, para o pagamento do salário de dezenas (centenas) de milhares de funcionários, milhões de watts de energia, bilhões de metros cúbicos de água, centenas de milhares de lâmpadas novas, dezenas de milhares de quilos de detergente e assim por diante.

Se compararmos a movimentação financeira do condomínio, veremos que é maior do que a de todas as locações e, talvez,  de todo o sistema financeiro da nação. Por uma razão muito simples: no condomínio, todos pagam, enquanto apenas uma parte de nossos imóveis estão alugados. No sistema financeiro, o número de imóveis é maior (mais de 10 milhões), mas grande parte deles tem prestações com valor irrisório.

Em termos mercadológicos, o condomínio não é um setor muito disputado, porque a clientela está demasiadamente espalhada no país, se bem que concentrada nas grandes capitais, com poucas mas interessantes oportunidades de negócios nas áreas de manutenção, limpeza, conservação de elevadores, fornecimento de mão de obra, cobrança, reformas em geral e outras mais.  Para atingir este segmento há vários jornais especializados, destacando-se a rede de franchising do “Jornal do Síndico”, com 13 edições locais.

A presença do condomínio no cenário nacional, apesar de bilionária em termos financeiros, destaca-se mais por seu papel de instituição econômico-familiar, que busca um único objetivo: oferecer segurança e conforto a dezenas de milhões de brasileiros.

PS. Se o leitor, por acaso, tiver dados mais concretos sobre o número de condomínios do Brasil, valor médio de unidades, valor mensal das taxas, por favor entre em contato com o articulista, para melhorarmos nossa estimativa. Se não há dados confiáveis, fica o repto para que o IBGE ou algum órgão de pesquisa faça o levantamento necessário.