Viver em segurança sempre foi um sonho de todos. Cercar-se de muralhas e fossos com jacarés, como na Idade Média, não resistia ao sítio e, depois, às balas de canhão. Nos dias de hoje, o condomínio em edifícios ou o condomínio fechado parecem o último refúgio. A sagacidade dos assaltantes, porém, está mostrando que a segurança continua sendo um conceito relativo.
Colaborando com outras iniciativas visando diminuir o número de assaltos a prédios, transcrevemos a seguir uma pequena cartilha elaborada por George Eduardo Masset, do Rio de Janeiro, publicada no Jornal Masset (novembro/99), recomendando aos senhores síndicos que a divulguem entre os empregados e moradores do edifício.
Diz a cartilha:
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1. O funcionário deve manter-se dentro da portaria, garagem ou guarita. No caso de limpeza da calçada, deve observar o horário de maior fluxo de saída dos moradores. Passando esse horário crítico, aí sim poderá combinar com outro funcionário ou mesmo com um morador para abrir a porta quando do término da limpeza da calçada. Com este método, nunca sairá com as chaves, proporcionando maior segurança.
2. Deverá ser observado, antes de abrir a grade ou porta para um morador, se há a presença de algum estranho. Procure ganhar tempo, dizendo "Estou procurando as chaves, aguarde um pouco. Se sentir que há algo estranho, pegue o interfone e comunique a um apartamento, e combine que se não ligar de volta, algo de errado está acontecendo.
3. Quando da chegada de um visitante, procure identificá-lo, e só o deixe entrar após confirmar com o morador se deve ou não deixá-lo entrar.
4. Se algum estranho perguntar qual o nome daquela "morena, cabelos compridos" ou coisa do gênero, nunca forneça nomes ou apartamentos. Fatalmente haverá algum morador com esta característica e para ele – estranho – fica bem mais fácil o acesso ao prédio, conseqüentemente muito mais vulnerável a assaltos.
5. Se algum estranho se identificar como sendo funcionário ou prestador de serviços, como por exemplo, dizer ser da administradora, saúde pública, entregador em geral, etc., atenção, muita atenção. Em geral o funcionário de administradora já é conhecido, o funcionário da Saúde Pública deverá ter identificação própria (crachá), o entregador deverá ser anunciado pelo morador solicitante e, no caso de entrega não esperado, tome toda a precaução: peça de dentro da portaria que ele deixe o embrulho e passe o protocolo por baixo da porta; tenha certeza, pode ser constrangedor, mas tenha absoluta convicção, poderá evitar alguma fatalidade.
6. O funcionário não deve bancar o herói, pois as conseqüências podem ser prejudiciais, por isso, agir com naturalidade e cautela dá melhor resultado.
7. Lembre-se, o assaltante tem como maior aliado o fator surpresa: quanto maior atenção tiver, menos chances ele terá.
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Quem escreveu a cartilha acima tem o "know-how" de gerenciar uma grande administradora de condomínios no Rio de Janeiro, cidade pioneira em assaltos a prédios, mas que se tornaram comum também em outras grandes cidades do país. Seguindo estas orientações, e outras publicadas aqui e ali, certamente estaremos melhor prevenidos contra tal infortúnio.
Melhores votos de Boas Festas e de um tranqüilo (mas próspero) ano de 2000 a todos os leitores.
Luiz Fernando de Queiroz é autor do TPD-Direito Imobiliário e Guia do Condomínio IOB, fone (*41)224-2709 e fax (*41)224-1156.