“Numa bela noite, na falta de melhor opção, resolvi descer ao salão de festas do edifício para ver o que exatamente era uma Assembléia Geral.
Havia menos de um ano que eu me mudara para um condomínio, após mais de 30 anos morando em casas. Tudo era novidade.
Sempre ouvi dizer que ser síndico era muito chato, causava aborrecimentos, indisposição com os demais condôminos, problemas com a administradora e chamadas pelo interfone nos horários mais inconvenientes para tratar de assuntos, na maioria das vezes, pessoais ou nada importantes. Isso quando não aparecia alguém levantando suspeitas sobre as prestações de contas ou queixando-se do aumento do valor do condomínio.
Tudo ia bem até que a reunião empacou em um item da pauta: eleição do síndico, subsíndico e conselho.
O então síndico, após três mandatos, estava se mudando para outra cidade. Posteriormente, soube que a razão dos três mandatos foi a absoluta falta de interessados em substituí-lo.
Após muitas consultas, discussões, apelos, etc., todos se voltaram para mim com ares de ‘você é a nossa última esperança’.
Tentei esquivar-me, mas a falta de experiência fez com que não soubesse arrumar uma boa desculpa e acabei sendo eleito. Nem meu nome meus vizinhos sabiam, mas eu era o novo síndico do Edifício Paraíso.
Subitamente a reunião terminou e uns poucos vizinhos desejaram-me sorte. Meu antecessor disse que me entregaria todos os documentos e que, qualquer coisa, era só falar com o zelador ou com a administradora. Mudou-se dois dias depois.
Voltei para o meu apartamento e aproveitei o intervalo da novela para contar a novidade. Minha esposa levou as mãos à cabeça. Minha sogra não conseguiu esconder um ‘arzinho’ de sádica. Apenas o caçula sentiu-se importante na condição de filho do síndico.
No dia seguinte, contei a um colega de serviço o que me acontecera. Após brincar comigo, disse: “não há com o que preocupar. Você é uma pessoa inteligente, equilibrada e verá que com alguma orientação, o encargo assumido será bem mais suave do que andam dizendo’. Em seguida deu me um cartão onde li ‘Secovi-SP – O Sindicato da Habitação’. Despediu-se dizendo: ‘ligue ou visite o site e você receberá a informação necessária’. Foi o que fiz, e recebi o seguinte texto.”
Ficção ou realidade, o texto acima, de introdução ao “Manual do Síndico” editado pelo Secovi-SP, com humor e arte de prosa, revela uma realidade que ainda existe. Todos os anos dezenas de milhares de síndicos são eleitos no País, num sistema espontâneo de revezamento, porém grande parte deles nunca se preparou para o cargo, ou dispõe das informações necessárias.
A cartilha do sindicato paulista, atualizada e revisada com base no novo Código Civil, cuja reprodução parcial é permitida desde que citada a fonte, pode ser acessada no sítio www.secovi.com.br. Contém basicamente todas as informações de que um síndico precisa para, com inteligência e bom senso, levar a termo seu mandato, fazendo uma ótima administração. Recomendamos sem pejo, porque o que é bom deve ser visto e admirado.
Quem sabe você também não tem uma outra história para contar?