Artigo Nº 273 – CRUZADA CONTRA A PIXAÇÃO

Já mostramos, neste espaço, que uma cidade pichada perde de 10 a 20% de seu valor patrimonial. Um imóvel que valeria 120, em circunstâncias normais, só consegue pouco mais do que 100. Isto porque a fachada de qualquer prédio, seu exterior, representa cerca de um quinto de seu valor.

Embora, do ponto de vista financeiro, isto represente uma perda de bilhões de reais numa cidade do porte São Paulo ou de centenas de milhões se do tamanho de Curitiba, pouco se investe para combater a pichação. Talvez porque o prejuízo não seja visível e só se materialize na hora de alienar a propriedade.

Lúcio Silva (curitibalimpa@bol.com.br), juntamente com a Associação dos Condomínios Garantidos do Brasil, tem sido um cidadão exemplar que se preocupa com o problema e que se engajou em verdadeira guerra pessoal contra a pichação. Dele recebemos e-mail com 13 sugestões para dificultar a perpetração de atos de vandalismo que tanto enfeiam nosso meio urbano. Transcrevemos algumas delas, convocando o leitor a entrar em contato com o bravo guerreiro para saber as demais.

1. A limpeza, geralmente, tem de ser efetuada de novo e de novo e de novo (muitas vezes), mas a paciência e a persistência pagam pelo sacrifício. Se a área que foi limpa tornar-se novamente pichada, limpe-a o mais rapidamente possível. O objetivo é o de mostrar ao pichador que ele não tem a chance de exibir seu ‘trabalho’. Programas bem sucedidos removem a pichação dentro de 24 horas após ser efetuada.

3. Pintar um painel ou grafite com desenho. Se o seu muro é constantemente visitado por pichadores, experimente contratar alguém para desenhar sobre ele. Por exemplo: seu muro acabou de ser totalmente rabiscado. Pegue um rolo e pinte-o com a cor que desejar. Espere secar. Depois disso, dificilmente o seu muro será rabiscado novamente. O pichador irá se encarregar de falar para os outros que aquele espaço está ocupado. A Revista Impermeabilizar fez o teste. Por ficar em uma esquina, a antiga redação era muito visada por pichadores. Então, desenharam figuras de pessoas trabalhando com impermeabilização. O resultado foi surpreendente. O muro ficou quase dois anos sem ser pichado.

5. Cobrar das autoridades públicas, principalmente da Prefeitura Municipal (de Curitiba ou de sua cidade) e da Câmara de Vereadores, através de cartas, e-mails, telefonemas etc., programas efetivos (concretos) de combate à pichação e demais atos de vandalismo contra a cidade, parques etc.

7. Barreira verde contra a pichação. Em vez de passar massas finas nos muros e depois pintá-los, basta chapiscá-los e deixar que uma trepadeira mais fechada, do tipo unha-de-gato, se encarregue do ‘acabamento’. Muro com trepadeira evita pichação. Ajardinar é um modo atraente e natural para evitar a atividade de pichação. Se uma determinada área é utilizada constantemente pelo pichador, considere a possibilidade de ajardinar ou plantar na área, de tal maneira que desencoraje o seu acesso.

Além destas, existem outras nove dicas do Lúcio Silva para reduzir a poluição visual urbana. Mas o espaço está no fim. Se tiver curiosidade ou interesse em se engajar nesta campanha, entre em contato com ele. Ou com a Associação dos Condomínios (41-223-7708). Oportunamente voltaremos ao tema.

Luiz Fernando de Queiroz é autor do TPD-Direito Imobiliário e do Guia do Condomínio IOB, fone (41) 224-2709, fax (41) 224-1156, e-mail lfqueiroz@grupojuridico.com.br.